Genoma, MicroRNA ou Mirnas e interação com o ambiente.



“Imagine o material genético existente no organismo como um computador. O genoma é o hardware. Para que a máquina funcione, é
preciso ter software. Os mecanismos epigenéticos são o software. Eles produzem resultados distintos rodando sobre um mesmo hardware, ou seja, o genoma herdado dos pais”, explicou Jirtle à Focus.

Até há pouco tempo, acreditava-se que as alterações epigenéticas ocorriam apenas na fase de desenvolvimento fetal.

Enquanto o embrião se forma, a acção dos genes pode ser modificada pelos nutrientes que lhe chegam pelo cordão umbilical. É por isso que se aconselha às mães a ingestão de ácido fólico, uma das variantes da vitamina B. O consumo dessa substância, nos três primeiros meses de gravidez, pode desligar genes relacionados às malformações congénitas.

Agora, sabe-se que as mudanças no genoma acontecem ao longo da vida. A maior prova diss está no estudo feito com gêmeos univitelinos. Idênticos, eles possuem o mesmo código genético. No entanto, os genomas de ambos tomam-se diferentes com o decorrer dos anos, o que comprova a ação do ambiente no código genético. O estudo mais significativo sobre a influência da epigenética em gêmeos foi feito pelo Centro Nacional de Investigações Oncológicas em Espanha.

Os geneticistas avaliaram 40 pares de gêmeos univitelinos, com idade entre três e 74 anos. Os pares de gémeos mais jovens, e também aqueles que tinham o mesmo estilo de vida, possuíam genomas muito semelhantes. Em pares de gêmeos mais velhos, principalmente aqueles com hábitos distintos, os cientistas encontraram diversas diferenças nos padrões genéticos. “É impressionante como uma pequena diferença na vivência ou mesmo na dieta pode fazer um dos gêmeos desenvolver um cancro e o outro não”, disse à Focus o geneticista Moshe Szyf, da Universidade McGill, no Canadá.

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