Neurotransmissores, pequena introdução.

Um ser humano pode sentir, pensar, aprender e criar, porque o seu programa biológico assim o dotou, conjuntamente com a capacidade para sofrer alterações programadas conforme interações com o meio ambiente. Sabemos, às vezes mais claramente, outras vezes nem tanto, se estamos excitados, famintos, felizes ou raivosos, em alguma extensão. Com frequência, não damos ouvidos para essas importantes informações fornecedoras de pistas para sabermos “qual caminho devemos tomar”, como perguntou Alice ao gato.

Os neurotransmissores têm um importante papel nesses processos informacionais do organismo. Os sistemas, estruturais e químicos, que integram as emoções, por via nervosa ou sanguínea, funcionam continuadamente no nosso organismo e no de outros animais. Já foram identificados mais de uma centena de neurotransmissores, alguns já conhecidos do público: acetilcolina, serotonina, noradrenalina, dopamina, adrenalina e diversos outros.

Alguns neurotransmissores disparam o neurônio recebedor para aceitar o sinal e outros bloqueiam (impedem) este de receber o estímulo químico, por isso eles estão divididos em neurotransmissores excitadores e inibidores.

Os neurotransmissores são produzidos naturalmente em nosso organismo. A maior ou menor produção dos neurotransmissores depende de situações sociais específicas, como, por exemplo, a submissão, que leva a pessoa a produzir e liberar menos serotonina que a dominação. Além do fator de relacionamento social, diversas substâncias, algumas “naturais” e aceitas socialmente, como a cafeína, outras usadas como medicamentos receitados por médicos e outras, ainda, substâncias combatidas (drogas como cocaína, anfetamina, nicotina, etc.), ativam a liberação de determinados neurotransmissores em suas sinapses ou bloqueiam outras (álcool, calmantes , anticolesterol). O equilíbrio dessa química irá influenciar o cérebro e, consequentemente, o comportamento da pessoa; a diminuição de serotonina aumenta a agressividade; a endorfina liberada produz uma sensação de prazer e de paz; os benzodiazepínicos (sedativos, soníferos) produzem a calma e ou a indiferença; o café (cafeína), ao contrário, excita e produz ansiedade. Mas isso é um simples exemplo da ação dos neurotransmissores ou neuromoduladores.